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PRIMÁRIO

Contínua procura da ordem,
atrás de cada resposta adequada,
por longos caminhos sem distâncias,
onde a humanidade atingiu a vida
com o golpe de quem no lugar da morte
transmitiu dúvidas.


Onde começa o homem e termina o espírito?
Ou o espírito é a gravidez com dores a
parir o homem? E o dá a conhecer?


Ninguém se esforça em elogios,
o silêncio é vagar, sem lugar onde
amigos íntimos lançam ataques suicidas,
em previsões mais graves do que curtas,
no breve intervalo do coro alternado, 
aberto em ondas mecânicas longitudinais,
que não se pode escapar sem antes
queimar as partes condenatórias.


A mão misteriosa é a que, antes de tudo,
inflama as palavras para o que não era
não seja mais, 
e o diagnóstico precoce não cure as dores.


Permanece. Impossível.


Para o bem real enquanto diminui o
imaginário de existir, como uma pequena
parte do que não se foi inteiramente 
capaz de viver.


Em todos os lados, em todas as direções,
as coisas cheias esvaziam-se,
as maiores, sumiram,
de onde vem, não vem outra,
a parte infinita já não é nem
a parte do que se pode ser.


O pardal não voa mais,
receoso de encontrar o lugar 
em que se cai.