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RASTRO

E também houve
E também negaram
E também trouxeram palavras fingidas
E também a sentença não tardia
E também espalham suas nódoas
E também o vento a arrastar nuvens no tempo.

Contadas razões
Obra injustificada
Ninguém a escapar
Anunciam-se coisas antigas
Enquanto se tem por testemunha
o estranho tardiamente amigável.

O lugar desconhecido
Dias como pó a varrer o sul
Entre os que partem depois de vir
No que falta não se pode calcular.

Porque as coisas tornam a correr
Antes de morrerem desembestadas
Porque os olhos fartam-se de ver
O lugar cheio de nada
Porque os circuitos dão meia-volta
A guardar o que se lançou fora
O fôlego espalhado nas pedras ajuntadas
nas valas de resíduos tóxicos.

Houve antes a aflição
A que em outros se instalou
Loucura a cavalgar em trevas
A buscar uma porção do mal.

A noite não descansa enquanto
o sol estiver a pino,
Morre o sábio, morre o tolo,
E o homem esquecido
como a paz perdida na guerra.

E também durará eterna,
Se nada se acrescentar,
ou se tirar.