Há carne,
E sentidos,
Há ferida,
E mortes
Há dor,
E repetições,
Há teimosia,
E ilusões,
Há vão,
E abismos,
Há imoralidade,
E anuências,
Há loucura,
E omissões,
Há sinistro,
E pretextos,
Há retórica,
E impassividades,
Há treva,
E armadilhas,
Há pecados,
E inferno,
Há cegos,
E coiós,
Há obstinados,
E insanos,
Há desertores,
E desgraçados,
Há caídos,
E condenados,
Há criminosos,
E culpados,
Haverá a eternidade,
E mais nenhuma chance,
Pois o passado,
Se houve.
ASPAS
Há uma história conhecida,
A conversa começada no olhar primeiro,
O pano de fundo que não é avistado,
O nome que não é lido.
Há um que conhecia todos,
Não precisava do testemunho alheio,
Traduzia cada pensamento,
Não se prendia aos relatos e exemplos variados
Ou a segredos havidos,
Nem circunstâncias encontradas nos
Corações, pois
As almas eram transparentes,
E diante do impossível retorno
A implicação irrelevante carregava sentido.
Pontos em desacordo arrastam à invalidez,
Mesmo que para isso o pior não aconteça.
Oferece-se para conhecer o verdadeiro estado,
Onde naturalmente não se discerne se o segundo é
Uma série de eventos rotineiros,
Ou passou inutilizado.
Se os motivos fogem acobertados pelo esmero,
No tempo meticulosamente tolhido.
Ao legista dá-se abandonar o cadáver dissecado,
Em que o descanso é proibido,
O débito mutuamente acrescido ao conveniente.
O mais importante viola o menos irrelevante,
Justifica-se a si mesmo,
Quando se pode ter algo melhor do que
Inimigos mortos, e o perigo de levantarem
Da morte.
Não lhe diz respeito o esforço,
Se abertamente implorou as cartas lançadas fora.
Ter respeito é a condição da alma de
Sustentar o homem injustificado,
A surpresa de seqüestrar a última palavra
Enquanto não cede passagem.
De onde vem, não vai,
Favoreceu uma em detrimento da outra,
Nenhuma vez foi mencionado.
Quis preencher o vazio carregado de
Múltiplas afeições.
Porque não se estendeu o medo
Sem requerer a verdade,
Apenas o descontrole não combinado
Rejeitou a sugestão introduzida,
De que a exceção não deu lugar;
E perder os detalhes promoveu o impossível,
O simples a imitar o plural
Sem tempo a uma declaração precisa,
O olhar indisponível,
Da tortura cumprida.
Foi removido, sem aspas
Nem reflexão.
O detalhe dissociado do grande tratado
Aponta à duração extinta,
De que o foco perdeu-se em ocupações.
Construir o começo,
Lutar pelo fim.