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DIVISOR 
O segundo não é o sexto
Primeiro entremeio a palavra
O sumo veio a tempo
escorrido nas casas forradas
dispersas no deserto
como roupas de várias medidas


O pouco recolheu o muito
A fome se fartou no saco furado
Ninguém se aqueceu na
madeira molhada
Dissipou-se o orvalho, o sopro


O vigésimo sombreou o quarto
No ano dos meses fastiados


O sétimo não é o oitavo
A noite é o dia
Diante dos olhos
o que restou era o nada
que se via e não se tocava


Daqui a pouco
o último será o primeiro
o maior igual ao menor
No lugar cercado de ânsias
a pergunta não tem resposta
Ponto morto


Se alguém pejar o nono
não haverá pedra sobre pedra
nem vinte contra dez
em vez de cinqüenta, doze


Céu e terra ordenados
Pela segunda vez
a figueira não deu frutos
à romeira
Desde o dia em que se fundiu
ao riso dos outros