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AXIOMA

O imitado não pode ser exibido nem encontrado, os

atributos não manifestos estão reclusos em sua natureza

proibida, de forma que o falso traga o consolo pelo qual

nega-se a si mesmo, a tática de que aquilo que é não é

mas parece ser, a unidade entre a mentira e a verdade,

como se possível prezar o que se rejeita até o ponto de

constranger a razão à naturalidade invertida.


Página e mais página não folheada, incomodado com o

alto relevo da lombada, com as situações limítrofes e amenas

não reveladas, com a fraqueza do que foi preparado, o poder

violento ultrapassando a mente obliterada, em que o norte

se entregou à reles concepção das trevas, e os raquíticos acenaram à

morte enquanto os decrépitos amavam-na mortalmente.


No fundo, o covarde é seguido pela turba de bajuladores, onde os

tolos se perdem em meio aos impenitentes, onde cegos guiam cegos

ao precipício tenebroso, onde os inocentes [em nome da ignorância]

são culpados dos piores pecados, perdidos no discurso

malicioso do interesse cativo ao anfibológico.


Carnes a gritar loucamente, numa teia dissimulada em que a verdade é

reciclada à revelia da revelação, a distorção pode-se

ouvir em freqüências antagônicas; do distinguível deve-se manter

distância até não ser necessário explicar nem denunciar o estratagema

maroto de se ocultar o lógico.


A Palavra emudecida pelos ecos dos ditames tolerantes, a

tolerância limitada pela intransigência condescendente,

que torna a razão na incapacidade de se criar a resposta,

porque a pergunta feita foi desfeita pela proibição

tolerada, a fé calada no mundo sem inspiração.


Na totalidade da verdade, o evangelho não pode ser fatiado,

nem o falsamente interpretado à completude manifesta,

ou o objeto se passar por um fragmento descontextualizado,

e a mínima parte verdadeira aglutinada à maioria mentirosa

para se construir um complexo caviloso.


Ele está imune aos ataques, às investidas mais precisas,

nenhuma proteção em meio às artimanhas ardilosas,

já que doutrinas renegadas anunciam-se ao abandono,

como o pó ao vento é lançado.


Imagem perene: Cristo perfeito,

sem precisar ser defendido mas proclamado,

onde não há escândalo ou vergonha, desde que

exposta a palavra absoluta.